Imagens/vídeos:
Informação: Imaginem uma Heidi ou uma Nadia (aquela de Ashite no Nadja), só que com uma personagem principal de moral muito questionável. Imaginaram? Bem, essa é a Sofia. Ou seja…este desenho animado era daqueles para chorar litros. É que a própria Sofia chorava bastante e quase tudo lhe corria mal. Aliás, o genérico tinha uma imagem de grande intensidade dramática: a Sofia a subir umas escadas a correr enquanto chora. Sim, a Sofia tinha “azares”. A começar por, durante uns bons episódios, os seus pais estarem desaparecidos. A bem dizer, a mãe da Sofia, no início, não estava desaparecida, mas parece que a Sofia se perdeu dela a certa altura e ficou “sozinha”. Já o pai parecia um “verdadeiro” desaparecido e havia umas quantas peripécias para o encontrar. Mas tudo corria mal. A Sofia não tinha uma vida fácil, apesar de estar rodeada de pessoas que se vestiam bem; houve uma madrasta que a “adoptou” e que não a tratava muito bem. E os adultos à volta da Sofia castigavam-na várias vezes (mais um litro de lágrimas!). É que ela também não era uma santinha – este assunto está desenvolvido em baixo. Era uma menina que parecia ter tendência para o conflito. É, este desenho animado tinha os curiosos pormenores de ser muito triste e de ter uma personagem principal que não inspirava assim muita compaixão. Acho que o via mais por hábito, porque eu nem sequer gostava da Sofia. Talvez eu fosse demasiado sentencioso com ela. Mas, em retrospectiva, é bastante emocionante.
Inspirado num livro da Condessa de Ségur publicado no século XIX, este desenho animado pertence àquele género a que Nuno Markl tão sagazmente chamou o género “Vamos lá pôr a criançada a chorar e os paizinhos que lhes expliquem como é miserável a vida”!
Informação: Imaginem uma Heidi ou uma Nadia (aquela de Ashite no Nadja), só que com uma personagem principal de moral muito questionável. Imaginaram? Bem, essa é a Sofia. Ou seja…este desenho animado era daqueles para chorar litros. É que a própria Sofia chorava bastante e quase tudo lhe corria mal. Aliás, o genérico tinha uma imagem de grande intensidade dramática: a Sofia a subir umas escadas a correr enquanto chora. Sim, a Sofia tinha “azares”. A começar por, durante uns bons episódios, os seus pais estarem desaparecidos. A bem dizer, a mãe da Sofia, no início, não estava desaparecida, mas parece que a Sofia se perdeu dela a certa altura e ficou “sozinha”. Já o pai parecia um “verdadeiro” desaparecido e havia umas quantas peripécias para o encontrar. Mas tudo corria mal. A Sofia não tinha uma vida fácil, apesar de estar rodeada de pessoas que se vestiam bem; houve uma madrasta que a “adoptou” e que não a tratava muito bem. E os adultos à volta da Sofia castigavam-na várias vezes (mais um litro de lágrimas!). É que ela também não era uma santinha – este assunto está desenvolvido em baixo. Era uma menina que parecia ter tendência para o conflito. É, este desenho animado tinha os curiosos pormenores de ser muito triste e de ter uma personagem principal que não inspirava assim muita compaixão. Acho que o via mais por hábito, porque eu nem sequer gostava da Sofia. Talvez eu fosse demasiado sentencioso com ela. Mas, em retrospectiva, é bastante emocionante.
Inspirado num livro da Condessa de Ségur publicado no século XIX, este desenho animado pertence àquele género a que Nuno Markl tão sagazmente chamou o género “Vamos lá pôr a criançada a chorar e os paizinhos que lhes expliquem como é miserável a vida”!
Alguns episódios
- Tive a
sorte de ver o primeiro episódio deste programa. Não me lembro de tudo, mas
lembro-me do pormenor - aliás, “pormaior” - de ser um episódio em que a Sofia
fazia asneira mais do que uma vez! Primeiro, zangava-se com o seu amigo (no
livro era primo, no programa não sei) Paul e arranhava-o à força toda, deixando-lhe
uma ferida bem visível. O Paul, coitado, quis proteger a Sofia para não a
castigarem. Vai daí, sabem o que é que ele fez? Atirou-se para dentro de
arbustos cheios de espinhos e fingiu que tinha lá caído para justificar o
arranhão! O que ele não sabia era que a Sofia o viu a atirar-se para os
arbustos e percebeu porque é que ele o tinha feito. Isso deixou a Sofia com um
grande sentimento de culpa. Tanto que, mais tarde, ela admitiu aos adultos que,
não, aquela ferida não era dos arbustos; tinha sido ela a arranhá-lo. Os
adultos perdoaram-na, mas a mensagem subliminar deles, no fundo, foi: “Minha
menina, voltas a pisar a linha e não vamos ser nada brandos, é garantido!”.
A Sofia
arrependeu-se novamente...mas nem isso a impediu de meter a pata na poça outra
vez! É que houve uma senhora que trouxe uma caixinha com frutos tipo bolo-rei
(ou podiam ser só frutos; eu não sabia nada sobre a cultura francesa) e deixou
cada criança tirar dois. Eles regalaram-se. Porém, a Sofia entrou à socapa no
compartimento onde estavam esses frutos e não resistiu a comer muitos mais.
Quando viu o sarilho em que se meteu, disse a si própria que ia contar aos
adultos que foi uma ratazana grande e gorda tinha comido aquilo tudo. Mas não
aguento e acabou por confessar. E foi castigada a sério. Pois é...mais um dia
na vida de Sofia, uma pequena com tendência para fazer asneiras, mas capaz de
sentir culpa.
Não...não comas a maçã, Eva...quer dizer, Sofia!
- Certo dia, um
homem foi pedir a um daqueles lugares onde se guardam papéis para efeitos de
registo (não sei se eram registos de passageiros de transporte ou registos
civis ou coisas assim) para procurar pistas sobre o paradeiro do pai da Sofia.
Atendeu-o um funcionário que estava convencido que ia encontrar o nome do pai,
mas de cada vez que ele olhava para um papel, concluía que não, não estava ali
nada útil. A certa altura, o funcionário largou os papéis e pegou no casaco. O
homem perguntou-lhe o que se passava e o funcionário respondeu: “Está na hora
de fechar.”. O homem protestou, dizendo que não tinham avançado nada. O
funcionário disse ah e tal, volte outro dia. Ainda hoje me lembro de como torci
o nariz a esse funcionário. Não tanto por ele ir embora na hora certa - não o
censuro por isso - mas sim por ele ter pegado no casaco assim de repente, sem
sequer dizer ao homem que tinha de ir embora e pedir-lhe logo que voltasse
outro dia. Achei que era uma questão de cortesia...mas talvez o tenha julgado
com pouca justiça. Quem sabe...
- Num episódio em que a Sofia já vivia com a madrasta, a
pequena lamentava a fome que tinha ao longo do dia por a madrasta controlar
severamente o (pouco) que ela comia diariamente. Note-se que isto não é coisa
pouca: a madrasta chegava ao ponto de não a deixar tomar a famosa refeição importante
do dia, o pequeno-almoço! Adiante...uma criança amiga da Sofia ofereceu-lhe
biscoitos e, enquanto a Sofia comia, comentou que não gostava da madrasta de
Sofia e que ela era má “como um ogre!”. As amigas sugeriram que ela tivesse
mais calma com as palavras, mas a pequena mal o fez. Ela e a Sofia eram muito
próximas.
Uma(s) voz(es): ?
Uma(s) personagem(ns): Paul; Sofia
Genérico: Instrumental